terça-feira, 17 de março de 2009

Experiências de leitura e escrita

Por: Alessandra Monteiro Mazzei de Campos
Estamos lendo um texto muito interessante da revista Avisa Lá, de abril de 2008.
O texto, além de delicioso, traz trechos de escrita de crianças de 5 anos, com toda a sua naturalidade e visão de mundo que nos faz soltar um sorriso com o canto dos lábios quando percebemos a delícia que é perceber o mundo pelo olhar de uma criança e como elas se expressam quando tem oportunidade.
Exatamente pensando sobre o oportunizar a escrita na sala de aula, nos questionamos sobre os momentos que ofereceremos às crianças os recursos materiais e pedagógicos para que sejam escritores. Será que estamos nos deixando nossas crianças escrever ou elas só escrevem nas atividades prontas que entregamos a elas, nas cartas que queremos elas escrevam para a mamãe e o papai nos dias de comemoração, na capa de uma atividade, no título de um desenho? E quando ela quer escrever? Arranca folha de agenda, escreve no canto da folha de atividade, na beirada da lousa...
E queremos que elas testem mais suas hipóteses de escrita? Que se sintam à vontade com a linguagem verbal?
Como?
Depois de lermos o texto, nos confrontamos com essa questão e descobrimos que, o pior, usamos a escrita da criança como tapa buraco para aquele momento em que uma parte da turma terminou a atividade proposta e a outra não, distribuindo folhas avulsas para os rapidinhos. Então, aquele que demora mais para completar a atividade nunca tem tempo de exercitar a sua escrita, como bem lembrou a professora Cíntia.
Nesses momentos de conversa, puxamos nossa memória e a professora Andréa relatou uma fala de um aluno, que ao terminar de ouvir a história do Castelo RaTimBum, expôs sua vontade de desenhar e escrever o Mau, mas que não tinha como fazer isso.
Então, chegamos a algumas opções, mas o melhor, pensamos em nossa intencionalidade ao oferecer papel e lápis para nossas crianças, não como tapa buraco, mas com o obejtivo de oportunizar situações reais de escrita, em que ela possa escrever sobre algo que viu no dia, escrever um bilhete para um colega da sala, brincar de mercado, de preencher cheque, de compor lista dos amigos, de preparar carta para os familiares e para a professora, tendo a clareza que quando produz, nós, as educadoras, estaremos ali para fazer questionamentos, apresentar soluções, propor parcerias e não, simplesmente, observar a escrita sem nenhuma interferência.
Planejamento, tempo, material acessível,interferências significativas = avanços na aprendizagem!

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