segunda-feira, 1 de setembro de 2008

Adaptar-se: uma realidade humana

Por: Alessandra Monteiro Mazzei de Campos

Como poderia descrever os primeiros dias de aula em uma sala de educação infantil?
Tem várias formas porque tem muitos rostos:
*Os rostos dos pequenos que nunca frequentaram uma escola em suas vidinhas. Rostos que, às vezes, estão escondidos por trás das lágrimas que choram de medo do lugar estranho, das pessoas diferentes que nunca viu, da saudade da mamãe, da vovó ou de quem lhe cuidasse. Rostos de olhos curiosos, por vezes até um pouco arregalados com tantas novidades. Rostos de sobrancelhas franzidas e biquinhos desconfiados sobre todo aquele espaço e aquela gente circulando o tempo todo. Rostos sorridentes e cheios de expectativas perante o monte de coisas que poderão realizar.
* Os rostos das crianças que já conheciam a escola, mas que iniciam um novo ano, acompanhados de sorrisos alegres ao encontrarem com os velhos colegas, de olhos atentos as novidades que sempre aparecem, gestos de saudade pelo que viveram e sentiram no ano anterior, corações apertados da ansiedade do que o novo representa.
* Os rostos dos pais e mães que sentem a apreensão de deixar seus filhos em um lugar que não é bem a casa deles, embora digamos que a escola é nosso segundo lar, com pessoas que mal se conhece, se alimentando de comidas que eles não prepararam...Rostos de esperança de que seus filhos serão felizes durante as horas que passarem ali e que o que aprenderem será muito útil na vida futura.
* Os rostos dos professores ansiosos pela sua nova turma que chega, curiosos em ver as "carinhas" que estarão presentes em seu dia-a-dia durante um ano inteiro, apreensivos quanto a grande responsabilidade que é educar e cuidar dos filhos de outras pessoas que lhe confiaram essa tarefa.
* Rostos de todos que passam seu dia em volta das crianças, trabalhando por elas e para elas, cheios de expectativas, voontades, medos, superações...
E todos esses rostos que passam na escola, desde o seu primeiro dia, durante o período de adaptação e, depois, o ano todo, traduzem essa miscelânia de sentimentos que nos acompanha e que nos ajuda a viver o cotidiano da escola como um lugar especial, onde o profissional da educação e aquele que é atendido tem um objetivo muito grande a ser alcançado: ajudar nossas crianças a serem um pouco mais felizes!

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