domingo, 26 de abril de 2009

Cotidiano, como diria Chico Buarque

Por Alessandra Monteiro Mazzei de Campos
Professora e Coordenadora Pedagógica

Tenho muito, mas muito mesmo, pouco tempo como Coordenadora e posso dizer que o mais difícil para mim nesse momento tem sido estabelecer uma rotina em meu cotidiano e fico pensando, será que todo mundo é assim ou só eu?


Tenho tentado usar uma agenda, onde coloco o que é prioritário naquele dia e os compromissos já agendados com hora marcada, como recebimento aos pais que foram chamados ou requisitaram uma reunião, encontros de formação marcadas pela DRE, reuniões internas com a diretora e assistente de direção, horários de formação diárias com as professoras. Aí, no que sobram das 8h de trabalho, vou almoçar nos meus 30 minutos e fazer as outras coisas: organizar eventos da escola, preparar as leituras e estudos do mês, vistar e analisar os diários de bordo*, os livros de hora atividade, os diários de classe, os livros de registro do PEA e outros documentos da unidade escolar, fazer compras para a preparação das atividades propostas pelas professoras, isso sem contar o fato de que tenho o desejo de participar da escola, da vida da escola, no sentido de acompanhar um momento de lanche, de ir ao parque com uma turma e a professora, de frequentar a sala de leitura com um grupo, enfim de ver in loco o que estudamos e o que é programado no dia-a-dia da nossa escola.


Essa última parte é a que eu tenho deixado mais a desejar, não tenho conseguido fazer isso assim, do jeitinho que gostaria..., mas eu chego lá, oh se chego!





* diário de bordo é um relato semanal das professoras sobre as atividades desenvolvidas com seus alunos e compartilhada com o grupo no momento de estudo para análise, discussão e troca de experiência.


domingo, 19 de abril de 2009

A linha de tempo! Esse enrosco!

Por: Alessandra Monteiro
Professora de Educação Infantil & Coordenadora Pedagógica.
A discussão sobre o uso do espaço e do tempo na educação não é novidade! Aliás, ela é recorrente porque vários motivos:
Primeiro - porque, graças a Deus, estamos sempre estudando novas metodologias, pensando em estratégias e buscando novas formas de usar o espaço escolar produtivamente;
Segundo - porque cada escola apresenta uma realidade diferente, com alternativas, movimentos, espaços diferenciados e maneiras de concepção do espaço distintos;
Terceiro - porque continuamos pensando no tempo ao percebermos que o usamos inadequademente e não aproveitamos todo o tempo pedagógico de forma real.
Além desses, com certeza existem muitos outros, mas prefiro escrever aqui sobre a nossa prática e nossas problematizações na escola que estou atuando como coordenadora pedagógica, as soluções encontradas e as dúvidas que pairam no ar.
Em nossa Escola, a EMEI Prof. Ottilia de Jesus Pires, desde 2008, optamos por criar salas ambiente e assim confiramos nosso espaço: três salas de aula, uma brinquedoteca, uma sala de jogos, uma sala de leitura, uma sala de vídeo.
No começo nos perdemos bastante porque não sabíamos bem como compartilhar espaços, em especial a sala de aula, porque estávamos acostumadas com cada turma e seu respectivo professor sendo o "dono" exclusivo de uma sala em seu período e depois nos deparamos com um certo rodízio, em que no mesmo período, no mesmo dia, dois professores se revezam no uso desse espaço e, portanto, a organização do espaço e o respeito ao tempo para deixá-la desocupada precisava ser observado.
Além disso, nos deparamos com a organização dos materiais e outros detalhes que parecem simples, mas que na prática precisam ser bem pensados, porque a linha de tempo precisa funcionar, os materiais das salas ambiente precisam estar em ordem para que a turma a usá-la tenha tudo ao seu dispor e uso o tempo naquele espaço sem detrimentos, como por exemplo, procurando controle remoto de vídeo ou chave de armário de jogos, ou recolhendo peças que outras turmas tenham deixado desorganizado.
Por conta disso, em 2008 foi um grande período de adaptação para toda a escola e para a mudança de concepção interna dos profissionais, que precisaram internalizar novas práticas. Em muitos momentos, mesmo sabendo do prejuízo causado, fizemos muitas alterações de linha de tempo, mudando a rotina de nossas crianças, o que oas deixou mais agitadas e gerou um pouco de improdutividade no trabalho.
Esse ano tínhamos alguns entraves já resolvidos, no sentido de sabermos conscientemente das necessidades de organização para a boa funcionalidade e uma certeza: a de que precisariamos pensar em uma linha de tempo que fosse aplicada sem grandes alterações até o fim do ano de forma a garantir a continuidade do trabalho e a segurança necessária para os alunos.
E lá fomos nós, na reunião de Organização Escolar, para preparar uma linha de tempo que fosse adequada para os três turnos de trabalho, cada um com sua particularidade.
Nada fácil!
Fizemos e nos mantemos firmes no propósito de não sujeitá-la a grandes alterações, porque estamos convictas da importância de mantermos uma rotina com nossos grupos de alunos. Sabemos das dificuldades e, mais do que saber, a vivemos na pele, com uma adequação do uso do tempo, como desafio de que seja produtivo e não só um vai e vem de um lugar para outro numa correria desenfreada.
Tentativas, movimentos e vontade!